Feb 26, 2008

mais cores





quantas cores queres para misturar, saltar ao eixo?

Feb 24, 2008

cores




perspectivas abrem cores

Feb 23, 2008

Feb 22, 2008

canos (sinais)










em sines de paragem corrida na auto-estrada

Feb 21, 2008

Alberto Caeiro

Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe o paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...

"O Guardador de Rebanhos", XXI


foi um dos primeiros livros de poesia que comprei e este poema tem-se repetido dentro de mim nos últimos dias. partilho

roda dentada



auto-retrato com ferrugem

Feb 17, 2008

para caminhar



uma praia para caminhar sozinho. com névoa e horizonte aberto

Feb 13, 2008

ideologia

"An ideology attempts to end the inevitable contention over concepts by 'decontesting' them, by removing their meanings from contest. (...) By trying to convince us that they are right and that they speak the truth, ideologies become devices for coping with the indeterminacy of meaning. That is their semantic role."

Michael Freeden, "Ideology. A Very Short Introduction". Oxford UP, 2003.

Feb 12, 2008

este país




como partilho casa com estrangeiros de passagem, recebi entre trocas de mails, o quarto está vago ou nem por isso, pergunta curiosa de investigador indiano que para cá vem passar uma temporada académica: e como está portugal agora? dei por mim a descrever crises estruturais e a contar a precariedade laboral, mas que o clima é bom e somos todos (mentirinha piedosa) simpáticos. além de lisboa ser uma cidade linda, sempre que atravesso a ponte 25 de abril (no comboio, desta feita) fico emocionada

Feb 11, 2008

revelações




às vezes não encontramos aquilo que esperávamos, antes algo insuspeito. é bom abrir caminhos novos, aceitar sem medo o movimento

Feb 9, 2008

Tereza Vieira





esta é a minha avó, quase com 90 anos, ontem à tarde. tem uma colecção de mais de mil leques no seu quarto-sala-de-estar, cinco gatos, uma rola com o meu nome (na imagem), a televisão, duas máquinas de costura e marfins de angola, onde criou as filhas. vive com os animais, gere a sua retrosaria, ponto de encontro do bairro, e todos os dias se levanta às 5, para dar de comer aos pombos dos subúrbios, soberbos, parecendo soltos nos campos. falava do destino referindo-se ao acaso que a fez emigrar de leiria para luanda para a cruz de pau, com a realeza alvoroçada da sua mão erguida

asas




não me mascarava desde criança (sempre à médica ou enfermeira). este carnaval fui de borboleta. dois amigos fizeram-me as asas. a estrutura veio de uma persiana, uma lâmina fina cortada lateralmente moldou-se ao formato nas mãos do claudio. depois o abraão cortou (com ajuda da anais) o tecido. pintámos as asas juntos.

Feb 3, 2008

Luiza Neto Jorge

Sítio Lido

I

Um livro crepita
um gémeo pendura-se
no seu fogo


Luiza Neto Jorge, "Os Sítios Stiados"

Feb 2, 2008

série coração

as portas

as portas
rota de folhas
soltam e fecham

cedem
ao ímpeto
menor
da mão

porém resistem
guardam

ainda

tropeço nas portas
entre passos
bailando
vou

súbita

encontro ar
depois da porta
aceito assento
e tomo chá

além portas
sou espelho
fulgor

dentro portas
entre vias
cairá
talvez
o coração
visita

as minhas portas
trago-as abertas

cuidai

Feb 1, 2008

uma porta de folhas

António Ramos Rosa

Quem bate a uma porta de folhas

Quem bate a uma porta de folhas na noite
uma porta de folhas na noite
Quem toca a dura casca do teu nome na noite
a uma porta de folhas

Uma porta de folhas uma porta
Quem bate a essa porta de folhas
Quem bate a essa porta de folhas na noite
Quem bate a essa porta sou eu


António Ramos Rosa, in "Respirar a Sombra Viva", 1975
[gostava de saber cm raio se faz 1 itálico aqui]
Powered By Blogger

archive

about me

My photo
ser em movimento para a luz // dancing towards light

views

series

Argentina (8) Barcelona (7) Beijing (105) Brasil (135) Chile (360) color (217) flores (122) form (205) Granada (18) India (80) Ireland (7) Italy (28) landscape (174) Lisboa (81) London (23) Madrid (19) museum (85) Norway (49) NYC (6) Paris (2) portrait (155) Portugal (98) self portrait (262) série coração (297) série ferrugem (48) street art (228) Sweden (21) texto (82) trees (45) Turkey (31)